A doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa responsável por quase metade de todos os casos de demência no mundo e está aumentando progressivamente. A etiopatologia inclui herdabilidade, fatores genéticos, envelhecimento, nutrição, mas os hormônios sexuais têm papel relevante. Modelos animais demonstraram que a testosterona (T) exerceu um efeito neuroprotetor reduzindo a produção de beta-amilóide (Aβ), melhorando a sinalização sináptica e neutralizando a morte neuronal. Este estudo tem como objetivo avaliar o impacto da privação de T e da administração de T em humanos no aparecimento de demência e DA. Foi realizada uma pesquisa no MEDLINE e Scopus para a “terapia de privação de andrógenos” e “terapia de testosterona” com “demência” e “Alzheimer”. Foram considerados estudos com duração de vinte anos com baixo risco de viés, ensaio clínico randomizado e estudos caso-controle. Doze artigos sobre o efeito da terapia de privação de andrógenos (ADT) e DA e dezessete na terapia T e DA foram recuperados. Homens com câncer de próstata sob ADT apresentaram maior incidência de demência e DA. O efeito da administração de T em homens hipogonádicos com DA e comprometimento cognitivo evidenciou alguns resultados positivos. A maioria dos estudos mostrou que a administração de T melhorou a memória e a cognição na DA, enquanto outros não encontraram nenhum benefício. Embora alguns vieses nos estudos sejam evidentes, a terapia T para pacientes com DA pode representar uma terapia clínica essencial para reduzir a incidência de demência e a progressão da DA. No entanto, estudos de caso controlado mais específicos sobre o efeito da terapia com andrógenos em homens e mulheres na redução do aparecimento de DA são necessários.

Revisão da literatura

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8987133/